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Psicósmica

11 de outubro de 2012

Condenar a si mesmo

Crueldade é atributo da criatura que se compraz em atormentar severamente os outros, utilizando atitudes rigorosas e inflexíveis para lidar com o mundo em seu derredor.

Toda crueldade nasce da fraqueza e da incapacidade das pessoas que não sabem relacionar-se com seu mundo interior. Isentamo-nos de responsabilidade sobre os fatos violentos, dando nome de paixão, de honra, de ordem social, para dissimular os pontos fracos e desajustados que possuímos.

As leis religiosas do passado mantiveram a humanidade sob o jugo de uma crueldade incalculável, com a imposição do sofrimento e da mortificação, justificando-os como sendo uma das maneiras que a Divina Providência utilizava para corrigir e reparar possíveis erros do presente e do passado. O que era um absurdo, pois, na verdade, Deus é amor, misericórdia e compreensão em abundância.

Os que contrariavam os padrões, normas ou dogmas estabelecidos por uma doutrina ou por um grupo tinham as mãos e as línguas decepadas e o corpo marcado com ferro. Quantos julgamentos sumários de pretensos hereges e feiticeiros acusados de crimes contra a fé! Quantos impiedosos apedrejamentos, quantas práticas perversas, quantos órgãos retalhados, quantos olhos queimados com brasa! Vastos foram os tempos do domínio pela crueldade, pelo medo e pela exploração emocional. Homens insensíveis utilizaram os mais variados métodos desumanos para manipular e controlar, de forma abominável, as pessoas em nome do bem-estar, da tradição, da religião, da família, dos bons costumes.

O castigo nunca evita o crime, somente a educação e o amor retificam as almas - eis a grande proposta da Divina Providência. No entanto, o homem, de tanto ser cruel consigo mesmo, aprendeu a projetar essa crueldade no mundo que o rodeia. De tanto se julgar de forma tirânica, aprendeu a ser déspota também com os outros. Os "requintes da perversidade" estão introduzidos na sociedade de forma tão sutil e imperceptível que, muitas vezes, não conseguimos indentificá-los de imediato.

Não existem mais inquisidores propriamente ditos; não obstante, ainda persiste a remanescente atmosfera dessas idéias preconcebidas. Não existem mais fogueira e guilhotinas, mas todos podemos nos converter em controladores e juízes da moral alheia se as circunstâncias forem propícias.

Julgamentos impiedosos que fazemos em relação aos outros nos informam sobre tudo aquilo que temos por dentro. Em outras palavras, a "forma" e o "material" utilizados para julgar ou condenar os outros residem dentro de nós.

O medo de ensinar de todos os grandes mestres, sempre e fundamentalmente, baseou-se no amor como método de educação das almas; por isso, Jesus não julgava, media ou sentenciava ninguém. Quem aprendeu a não condenar os outros não mais se condena.

Referência: Um Modo de Entender: Uma Nova Forma de Viver, de Francisco do Espírito Santo Neto (espírito Hammed)


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