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Psicósmica

12 de fevereiro de 2013

Aulas de música na infância promovem melhorias cerebrais para a vida toda


Um estudo preliminar publicado pela American Psychological Association demonstrou que, mesmo que a pessoa não siga a carreira musical por muito tempo, ter aulas de música na infância trazem diversos benefícios ao cérebro, e essas melhorias continuam por décadas.

A pesquisa recrutou 70 adultos saudáveis com idades entre 60 e 83 anos que foram divididas em grupos de acordo com seus níveis de experiência musical. Os músicos tiveram melhor desempenho em testes cognitivos severos quando comparados com indivíduos que nunca estudaram um instrumento ou como ler cifras ou partituras. Os resultados foram publicados no jornal Neuropsychology.

"A atividade musical ao longo da vida pode servir como um exercício cognitivo desafiador, tornando seu cérebro mais apto e capaz de responder aos desafios do envelhecimento" comentou a pesquisadora Brena Hanna-Plady, PhD. "Como estudar um instrumento requer anos de prática e aprendizado, isso pode criar conexões alternativas no cérebro que podem compensar o declínio cognitivo que surge quando envelhecemos".

Muitas pesquisas já foram realizadas sobre os benefícios da atividade musical em crianças, mas este é o primeiro que extende-os por uma vida inteira, diz Hanna-Pladdy, uma neuropsicóloga que conduziu o estudo com a psicóloga clínica Alicia MacKay, PhD, no University of Kansas Medical Center.

O primeiro grupo de participantes incluia sujeitos com nenhum treinamento social, no segundo ficaram pessoas que estudaram música por um período de 1 a 10 anos e o terceiro incluia os participantes com pelo menos 10 anos de estudo de música. Todos os participantes tinham níveis similares de educação e condicionamento físico, e não mostravam qualquer sinal de Alzheimer.

Foram aplicados testes cognitivos nos participantes. Os indivíduos com maior intrução musical foram os que obteram os melhores resultados na bateria de testes, seguidos pelas pessoas com experiência musical mediana, e em terceiro lugar ficou o grupo dos não-músicos. Os músicos com bastante prática obteram scores bem maiores quando comparados aos não-músicos em testes relacionados à memória visuoespacial, nomeação de objetos e flexibilidade cognitiva (a capacidade cerebral do cérebro a se adaptar diante de novas informações). As funções cerebrais medidas pelos testes normalmente declinam com o envelhecimento do corpo. Os resultados demonstraram que o estudo e a prática musical podem auxiliar na prevenção do declínio da atividade cerebral.

Metade dos músicos de alto nível ainda tocava um instrumento na época da realização do estudo, mas eles não tiveram melhor desempenho nos testes do que as pessoas com experiência musical que tinham parado há alguns anos. Isso sugere que a duração do estudo musical é mais importante do que se os músicos continuavam tocando em idade avançada, disse Hanna-Plady. Além disso, ela complementa: "Baseando-se em pesquisas anteriores, nós acreditamos que tanto os anos de participação musical quando a idade de aquisição são críticas. Existem períodos que são cruciais para a neuroplasticidade que permite o aprendizado, o que pode tornar mais fácil aprender um instrumento musical antes de uma certa idade e que pode ter maior impacto no desenvolvimento cerebral".

O estudo preliminar foi correlacional, o que significa que maior performance cognitiva dos artistas não poderia ser ligado a seus anos de estudo musical de forma conclusiva. Hanna-Plady, que conduziu estudos adicionais sobre o tema, afirma que mais pesquisas são necessárias para explorar essa possível ligação.

Referência: Psicósmica

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